segunda-feira, 24 de julho de 2023

A vida é assim mesmo

A noite cai

Eu acordo

A aurora se manifesta

Eu durmo

Toco a minha vida assim de um modo

Taciturno


De uma forma ou de outra

O importante é enrolar

Ser de um jeito ou de outro

Não importa

Enrole-se


Enrole-se de amores

De beijos e ardores

De tédio em um domingo chuvoso

Ausente de amigos

E cheio de solitude


Manifeste-se

Pense que a vida é assim mesmo

E que você não tem forças

Vai com a maré

E tchum...

E foi


(Ainda bem que acreditou

em minha lorota

Espero que nunca mais volte)


Mas (eu) voltando


Acredito que nada é por acaso

Mesmo que seja pesado

É somente uma interpretação pesada

Sobre um fato inevitável

E é inevitável sim

Se não, alguém teria evitado

Não é mesmo?


As dores são para aprender

A vida é para suar

É para tremer e temer


Quem se é


É visceral ser um bicho

Que pensa que pensa

E que pensa que é humano


É animal pensar que a mente é um engano

Que nada é de verdade

Que a minha vida inteira acreditei em mentiras

Contadas

Por mim mesmo

Para mim mesmo


Não porque sou um mentiroso

Não porque sou mal

Não porque sou filho do tinhoso


É apenas porque sou assim, uai

E sendo assim, do tinhoso

Do malvadão

Ou do Deus Cristão


Não importa

O que importa é que a vida é assim mesmo

Que vai se levando


Que nem calote


No feirante no dia de domingo

No dono de bar em pleno sabadão

No prestador de serviço no suor da labuta


Mas não que nem o dono do jogo de Bicho

Porque dar o calote nele é o último


Aí a vida encerra

Que nem esse breve poema

Que se aterra

E se guarda dentro do seu coração




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