sexta-feira, 16 de março de 2018

O que realmente importa

Eu gosto é de samba e de cerveja

O resto é ilusão

Eu gosto é da noite

De virar madrugada

Cair no salão


Sentir o sereno no rosto

O frio que sopra

Mas com samba no ouvido

Aquecido pelo vinho

E sem mais nada na mente


O que importa é a diversão

Vida sem diversão é vida perdida

Vida que se foi

Vida que se entrega

A desiluzão


Sem um copo de chopp

Ou um litro de vinho

Sem um pouco de coloarinho

Para amargar a boca e adoçar a vida

Como seria meu coração?


Seria frio

Sem vida

Sem alento

Sem trigo

Nem rumo


Ai, nem sei como seria

Como eu seria sem a madrugada

Sem um pouco de fumo

Sem uma rápida fumaça?

Ah! Que palhaçada!


Que vida mais chata!

Que vida sem vida

Que morte sem sentido

Terei eu

Quando ela bater em meu portão


Quando ela me levar

Terei me divertido

Terei me lembrado

De tudo que fiz

E de nada me arrependido


Vou abraçá-la e agradê-la:

"Oi, eu já estava esperando

Me diverti bastante aqui.

O que vamos brincar no outro mundo?"

quarta-feira, 7 de março de 2018

Tira o pé da minha janta

Tira o pé daí

Não enche o saco

Vai embora!


Que fazes aqui

Nesse momento

Justo agora?


Agora vou embora

Você não?

Simbóra


Desacampa

Rala peito

Pula fora


Ou o pau quebra

Eu te quebro

Na manobra


Uma no queixo

Uma no estômago

Na maciota


Com muito carinho

Um olho roxo

E uma viola


No teu lombo frouxo

Seu belo encosto

E assim dá corda


Pro teu rumo

Ô falta de assunto

Falta de escola


Toma caminho

Vai de mansinho

Vai-se embora!

















sexta-feira, 2 de março de 2018

Língua Portuguesa

É um aperta e segura

Um vai e vêm

Que nunca tem cura


É um acento aqui

Uma vírgula acolá

É tanta frescura?


Se é frescura não sei

Mas é tanta regra

É lei?

Uma imposição

Uma chateação

Me acabrunhei


Todo dia é assim

Um esquenta neurônio

Cansaço nos olhos

Por que o porquê

Junto com acento

É substantivo

E não há argumento!


Uma vírgula errada

É morte!

Não mate!

Não, mate!

Então não, mate o português!


Vamos frasear

Parafrasear brincando

Lendo com a vida

Rir conversando


E não essa coisa palavreada

Essas palavradas

Me deixam doido

Oh vida atinada

De quem fala


O português lacônico

Como peste bubônica

Nos deixa atônicos

Co'a linguagem afônica