À revelia do
destino
Surge uma
coceirinha visceral no ventre
Uma
sementinha magistral
Que se
conecta com outra célula
De igual
importância
Ambas se
casam e se multiplicam
Quase que
infinitamente
Muitas
mitoses
Ou seriam
meioses?
Não sei
Mas a força
é visceral
Sem causa
explicativa
Que não seja
o Motor Primeiro
Elas,
celulares se multiplicam
Criam
tecidos
Que, mesmo
embrutecidos, proclamam: vida!
Os tecidos
tomam forma
Identidades
Características
Proteínas
Vitaminas
Organelas
Citoplasmáticas
Essas
coisinhas maravilhosas se juntam e proclamam: vida!
A vida que
tudo tece
Aos tecidos
que unidos, tecem: um órgão.
Os órgãos
começam a surgir
A se
organizar e o centro de consciência parece a tudo controlar
O coração
bate
O sangue circula
O pulmão respira
É tudo uma
ululante alegria
É muito
quentinho, aquoso e tão organizado
Um
microuniverso feito à revelia do acaso
Se por
acaso, ou não: não se sabe ao certo
O que se
sabe é que
Uma sementinha
Dá seus
frutos
E quando
esses nascem
São
recebidos
Com profunda
ternura
E com muito
afeto