É um absurdo
Um grande despropósito
Uma efêmera percepção
Matar morcegos com
Paulada
Chicotada
E porrada, oras, na mão!
Tirar leões de seus ninhos
As águias dos descaminhos
Os lobos de suas colmeias
A arca de Nóe
Nunca esteve tão lotada
Com essa bicharada
Mas vai esvaziando
Por que os mais fortes
Dos mais fracos
Vão se alimentando
Oh! Noé
Das péssimas ideias
Lembrou
De fazer a arca
O banheiro
E até a proa
E até a prancha
Mas era velho
Idoso
Não lembrava de nada
Então não criou
Jaula arregimentada
Nem nada
Daí é a selva
A selva se repetiu no barco
E como uma tarde no Albergue
A Lei do mais forte se manteve
Com isso, mais de 95,75% dos animais foram extintos
E estamos contribuindo com o velho Noé
Destruindo, aniquliando, trucidando
Os animais que restaram
Vão virar adubo,
Comida de fungo e de planta
Vão preencher as vistas
Das pradarias
Das savanas
E das matas
Mas agora a moda é outra
Com a extinção provocada
Morreu tudo a bicharada
Virou comida de minhoca
Enquanto lia essa poesia,
Morria mais uma cotovia
Cortou a árvore
Cadê?
Agora é terreno fértil
Da rodovia
Agora não gostamos mais de bichos
Nem de gente
Nem carros
Apenas de Marte
Porque lá vamos morar
Mas antes vamos ficar mais um tempinho na Terra
Que é para destruir tudo antes de zarpamos
Em direção às novas Índias Marciais
Sejamos otimistas, Marte nos espera!