Brilha a cheia lua
Em fulgurosa vermelhidão
O sangue foi derramado
A terra manchou-se em vão
Enluarada noite assassina
A sina! Dos lobos a uivar
A crendice, a superstição atina
E a ferocidade humana a clamar:
"A fé, e a fome, e a desgraça
É a vida que se desmancha e se apaga
Uma louca fluidez, sanguinolência!
É a noite, a luxúria, a desgraça"
domingo, 30 de setembro de 2012
domingo, 23 de setembro de 2012
Janelas
Janelas?
Eis que outra luz se acende
Eis outro mundo que mente
Eis outra via de nada
Janela?
Graciosa lacuna
É a parede inexistente
O vácuo permanente
Janela
Só ela existe
Ela existe em tudo
E tudo nela existe
Janela
Só luz emite
No todo, a escuridão persiste
Tão triste
Eis que outra luz se acende
Eis outro mundo que mente
Eis outra via de nada
Janela?
Graciosa lacuna
É a parede inexistente
O vácuo permanente
Janela
Só ela existe
Ela existe em tudo
E tudo nela existe
Janela
Só luz emite
No todo, a escuridão persiste
Tão triste
domingo, 16 de setembro de 2012
Noite!
Lânguida noite lancinante
De insólitos lauréis
De viscosas vicissitudes
Em orgiásticos bordéis
Louca noite embriagante
A evocar os seus fiéis
Os apostadores, os vagabundos
E os tão hábeis menestréis
Dos incautos, famigerada abdutora
A escarpa do momento derradeiro
Ao cadafalso lhes empurra amiúde
Co'a singeleza de um tenro amor primeiro
A cada noite, cada vida se desfaz
Na boemia, ou no sono, ou tanto faz
Senhora que com seu manto cobre o dia
Cobre a cada um em cerro eterno enquanto jaz
De insólitos lauréis
De viscosas vicissitudes
Em orgiásticos bordéis
Louca noite embriagante
A evocar os seus fiéis
Os apostadores, os vagabundos
E os tão hábeis menestréis
Dos incautos, famigerada abdutora
A escarpa do momento derradeiro
Ao cadafalso lhes empurra amiúde
Co'a singeleza de um tenro amor primeiro
A cada noite, cada vida se desfaz
Na boemia, ou no sono, ou tanto faz
Senhora que com seu manto cobre o dia
Cobre a cada um em cerro eterno enquanto jaz
domingo, 9 de setembro de 2012
Às pessoas de mente pequena
Toupeiras: reacionários e caretas
Vejam: a Terra não é quadrada
Percebam: sua realidade está deformada
Quanta mesquinharia
Quanta abominação
Oxalá! se libertassem
De Tão pequenos pensamentos:
Homofobia, preconceito
Racismo e intolerância
Tudo em nome Dele
Homofobia, preconceito
Racismo e intolerância
Tudo em nome Dele
Tudo em nome do mesmo Deus
Do mesmo deus de sempre
Em nome Dele amaldiçoam
Do mesmo deus de sempre
Em nome Dele amaldiçoam
domingo, 2 de setembro de 2012
Pasárgada ...
Em Pasárgada há o que se tem de melhor. Nunca a vi pessoalmente. Nunca fui a
mais poética das cidades... Mas sei o que nela há de bom...
O que Pasárgada tem de bom está no auge da mocidade. Tez macia e morena de acaju. Olhos e lábios amendoados. Estes pelos sabores perigosos que provocam um demorado arroubo temporal naqueles que tiveram a lisonja de tocá-los. E aqueles... Aqueles ( que olhar!) tão instigantes .... E Apesar da doçura e singularidade, não são amendoados por questões naturais. Não, não. A natureza tratou de tê-los feito negros – diga-se de passagem, com bela precisão simétrica, que se reflete em todo resto - qual duas graciosas jaboticabinhas. O tom amendoado é pela delicadeza dos mesmos e a profusão que sinto ao encará-los! Ambos me suscitam lembranças machadianas. É como se fosse de Bentinho para Capitolina: “olhos de ressaca”. Sim! As ondas que conduzem, que aferroam(!) ao mar, que me levam cândido para a salvífica perdição .
Ah! Quem dera tê-la tenra em meus braços, no aconchego ... Vãs seriam as palavras e todas as coisas entre o Céu e a Terra. Vã seria a vida, que então poderia se acabar e assim morreria feliz! Ah! Quem dera dominar toda aquela forma impetuosa, que me remete aos mais variados tipos instrumentais de corda. Mas somente aos que condizem com corpo feminino, é claro! rs
Ah! Quão bela é Pasárgada que me privilegia de seus sabores, doce e amaro. As mais preciosas doçuras femininas posso experimentar em olhares cativantes e sagazes, em lábios carnudos e em uma tez de tirar o fôlego. O amargo vem da privação dessas delícias, que estando de volta ao lar, me deixam aqui em desalento.
Mas o amargor é vivificante. Se, por um lado, ele fere os corações, fazendo que os mesmos se condoam de si, que a saudade seja profunda e a dor impetrante; por outro, não é por acaso no cadinho que ouro e prata, assim como as intenções, se purificam? Qual diamante é deveras belo senão devidamente lapidado? Ah! Que o crisol daquelas famosas grandezas físicas –tempo e espaço -seja realmente um belo e singelo modelador dos significados. E que as belas praias de Pasárgada continuem seu processo de expansão dos sentimentos. Pois, como já disse, sei o que lá tem de bom!
E, textualmente falando, é necessário que se volte a Pasárgada. Para o centro das atenções. Afinal de contas o que importa é a capital poética e, sobretudo, insisto em dizer, o que nela reside. Quem lá mora, curiosamente, a atenção me atrai, se ainda não o fiz notar. Quem lá mora é impar é única. Quem lá mora, aqui, quando embora foi, acabou ficando. Deixou um pedaço de si para trás. Deixou nas minhas memórias, nos meus sonhos, no meu dia a dia, no meu inconsciente. Deixou-o em mim.
LINKS: *** Pasárgada ***
*** Vou-me embora para Pasárgada ***
O que Pasárgada tem de bom está no auge da mocidade. Tez macia e morena de acaju. Olhos e lábios amendoados. Estes pelos sabores perigosos que provocam um demorado arroubo temporal naqueles que tiveram a lisonja de tocá-los. E aqueles... Aqueles ( que olhar!) tão instigantes .... E Apesar da doçura e singularidade, não são amendoados por questões naturais. Não, não. A natureza tratou de tê-los feito negros – diga-se de passagem, com bela precisão simétrica, que se reflete em todo resto - qual duas graciosas jaboticabinhas. O tom amendoado é pela delicadeza dos mesmos e a profusão que sinto ao encará-los! Ambos me suscitam lembranças machadianas. É como se fosse de Bentinho para Capitolina: “olhos de ressaca”. Sim! As ondas que conduzem, que aferroam(!) ao mar, que me levam cândido para a salvífica perdição .
Ah! Quem dera tê-la tenra em meus braços, no aconchego ... Vãs seriam as palavras e todas as coisas entre o Céu e a Terra. Vã seria a vida, que então poderia se acabar e assim morreria feliz! Ah! Quem dera dominar toda aquela forma impetuosa, que me remete aos mais variados tipos instrumentais de corda. Mas somente aos que condizem com corpo feminino, é claro! rs
Ah! Quão bela é Pasárgada que me privilegia de seus sabores, doce e amaro. As mais preciosas doçuras femininas posso experimentar em olhares cativantes e sagazes, em lábios carnudos e em uma tez de tirar o fôlego. O amargo vem da privação dessas delícias, que estando de volta ao lar, me deixam aqui em desalento.
Mas o amargor é vivificante. Se, por um lado, ele fere os corações, fazendo que os mesmos se condoam de si, que a saudade seja profunda e a dor impetrante; por outro, não é por acaso no cadinho que ouro e prata, assim como as intenções, se purificam? Qual diamante é deveras belo senão devidamente lapidado? Ah! Que o crisol daquelas famosas grandezas físicas –tempo e espaço -seja realmente um belo e singelo modelador dos significados. E que as belas praias de Pasárgada continuem seu processo de expansão dos sentimentos. Pois, como já disse, sei o que lá tem de bom!
E, textualmente falando, é necessário que se volte a Pasárgada. Para o centro das atenções. Afinal de contas o que importa é a capital poética e, sobretudo, insisto em dizer, o que nela reside. Quem lá mora, curiosamente, a atenção me atrai, se ainda não o fiz notar. Quem lá mora é impar é única. Quem lá mora, aqui, quando embora foi, acabou ficando. Deixou um pedaço de si para trás. Deixou nas minhas memórias, nos meus sonhos, no meu dia a dia, no meu inconsciente. Deixou-o em mim.
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*** Vou-me embora para Pasárgada ***
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