sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Extinção pós-noaquita

É um absurdo

Um grande despropósito

Uma efêmera percepção

Matar morcegos com

Paulada

Chicotada

E porrada, oras, na mão!


Tirar leões de seus ninhos

As águias dos descaminhos

Os lobos de suas colmeias


A arca de Nóe

Nunca esteve tão lotada

Com essa bicharada


Mas vai esvaziando

Por que os mais fortes

Dos mais fracos

Vão se alimentando


Oh! Noé

Das péssimas ideias

Lembrou

De fazer a arca

O banheiro

E até a proa

E até a prancha


Mas era velho

Idoso

Não lembrava de nada


Então não criou

Jaula arregimentada

Nem nada


Daí é a selva

A selva se repetiu no barco

E como uma tarde no Albergue

A Lei do mais forte se manteve


Com isso, mais de 95,75% dos animais foram extintos

E estamos contribuindo com o velho Noé

Destruindo, aniquliando, trucidando

Os animais que restaram


Vão virar adubo,

Comida de fungo e de planta

Vão preencher as vistas

Das pradarias

Das savanas

E das matas


Mas agora a moda é outra


Com a extinção provocada

Morreu tudo a bicharada

Virou comida de minhoca


Enquanto lia essa poesia,

Morria mais uma cotovia

Cortou a árvore

Cadê?

Agora é terreno fértil

Da rodovia


Agora não gostamos mais de bichos

Nem de gente

Nem carros

Apenas de Marte

Porque lá vamos morar

Mas antes vamos ficar mais um tempinho na Terra

Que é para destruir tudo antes de zarpamos

Em direção às novas Índias Marciais


Sejamos otimistas, Marte nos espera!


poesia extinção


terça-feira, 8 de novembro de 2022

Humana Sinceridade

Fibromialgia

Azia

Dor estomacal

Infecção renal

E tudo de bom para você


Um péssimo natal

Catastrófico ano novo

Animada festa de Finados

Um carnaval chuvoso

Ah! Tudo legal com você?


Alergia

Rinite

Artrite

Cirrose

Sinusite

Olha, de coração, amo você!


Fake news

Stalk

Perseguição

Destruição

Aniquilação

E uma vida longa para você!


Facada nas costas

Muita lorota

Desemprego

Despacho

Envenenamento

Ah! E a sua mãe, vai bem, querida?


Insônia

Traição

Inveja

Bipolaridade

Ah! Te adoro amiga.


Com muito amor e carinho, de quem sempre te desejou o bem!

Beijão!


Poema Poesia Hipocrisia


sábado, 5 de novembro de 2022

Todo homem deveria ter um chapéu

Ei trouxa, pegue o chapéu!

O chapéu te escolheu, pegue-o!

Chapéu confere-lhe garbo

Respeito e compostura

Coisa de gente grã-fina

A mais beleza pura


Ei homem, use chapéu!

Mas não aquele lá!

Ele não gosta de vosmecê

Não foi com sua mercê

Não atrairá bons afagos


Nem um bom emprego

Apenas cansaço

E um desatino

Entre desamaços

Com ideias subterfúgias


Pois, é pegue o chapéu

Não seja subreptíceo

Mas apenas propício

Com o olhar apura

E a pustura correta


- Olá, senhora!


E ela o elogiará entre abraços


Pegue o chapéu!

Porque ele te escolheu

Não importas se gostes, ou não.

Porque o chapéu é teu

Ele te esolheu


Chapéu não se escolhe

Por isso, use o chapéu

É ele quem escolhe

É ele quem alinha

É ele quem desenvolve o gosto

À suprema sapiência divina


Pegue o chapéu

Coloque-o na cabeça

É cinquenta reais

Ficou uma beleza


Leve a bengala, que foi de Sua Realeza.


chapéu poema poesia


Aqui jaz um poema

 Aqui jaz um poeta

Que se entretinha com a lua

Que brincava entre meninas

Que adorava a brandura


A brandura de um olhar doce

De um beijo quente

De um abraço terno

De um sol poente


Aqui jaz um poeta

Alguém sem esperança

Que faz apenas poesia

Porque seus males espanta


Que está cansado do azar

Às vezes, é saudoso do bar

Do boteco, do caneco

Da poesia proclamada ao luz do luar


Aqui jaz um poeta

Que jaz sem as Duas Igrejas

Que serena com a vida

Que se encanta com a cidreira


Com o cravo

Com a rosa

Com tudo o que se retira

Dessa vida que se mareja


Aqui jaz um poeta

Que dançava com ao luar

Que se divertia sorrindo

Que ao passado quer voltar


Tem saudade dos amigos

Dos tempos de antigamente

De ser amigo do rei

Na terra do Sol Nascente


Aqui jaz um poeta

Aqui jaz um poema

Que se achega ao fim

Que deixou seu dilema


Que se derrama no fim

Se escorre pelas mãos

De um corrimão

Que a escada leva ao fim


Aqui jaz um poema