sábado, 9 de agosto de 2014

Mais um olhar

Obsceno e prático olhar
Um aquário translúcido e vivo
Um mar inundado de emoções
Um larápio do tempo, um rio
Um labirinto de desilusões

Massa crítica e furiosa
Um Azul que a alma fende
Tensão para o mar adentro
Luz na escuridão noturna
Luz para o abissal alento

Azul malígno e etéreo
Um suado e sanguíneo remédio
Uma sinistra mistura de ódio e desejo
Uma brincadeira, uma viagem ao Tejo
Uma ótima oportunidade para se aventurar
Em um obsceno e prático olhar.


domingo, 3 de agosto de 2014

Poesia da madrugada

Poesia da madrugada
Que afina a vida em puerilidade amargada
Que retira a alegria e põe-la de volta
Que ensina o tonto e o sábio esnoba

Poesia de madrugada
Em lapso às pressas assoma
A minha porta como aurora
Na noitada, na penumbra
Quando o silêncio profundo retumba

Poesia da madrugada
Feito a noite enrugada
Feito Ouro Preto embrumada
Feito minha vida inebriada
Feito fel, feito navalha
Traz-me alegria de volta?
Traz-me a dor de sorrir
Traz-me a revolta apaixonada

Traz-me a poesia da madrugada