domingo, 26 de agosto de 2012

Código de Barras

Chuva de seres numéricos
Conta de números humanos
Cadastrados nas prateleiras
Gente em código de barras

Viver é comprar
Respirar para ter
Os números importam
As pessoas se contam

Números são infinitos
Pessoas muitas são
Numerais se escrevem
Humanos se vão



domingo, 19 de agosto de 2012

A um amigo

Meu caro amigo
Fumante filósofo
A quantas anda
Entre labores e ócio?

Suas esfumaçantes ideias
Me esclarecem o saber
Seus insights soturnos
Me alegram o viver

Quão simples parecem
Os ardilosos conceitos
Em ruínas se vão
Os firmes preceitos

Ardis concepções
Por terra
Vais derrubar

E a vida altaneira
De ti (um dia...)
Se vai relembrar



domingo, 12 de agosto de 2012

Dor

Quando a dor irremediável de ser
Com o mantra da solidão afagar-te
Ria!
E bebes com prazer
O veneno que tu mesmo preparaste

Sacia tua vil sede
Com a sina de tua sordidez
Abraça a solidão qual tua ama
Lambuza-te em teus seios descarnados
Embriaga-te de dor!

Quando a tirania da vida te subjugar
Aprende: viva à intensidade
E entreveja nas calosidades de tua alma atormentada
Que nada há de bom...
Sofrer é o bastante



domingo, 5 de agosto de 2012

Mariana

Recôndito do berço mineiro
De fato, primaz de Minas
Lar de Alphonsus e Athaíde
Onde se poema Cantaria

Alforria da alma
Que se se desprende do peito
Vislumbrada em divindade
Da pureza sacrílega entranhada
                               [ em seu seio

Lar do sublime etéreo
Do primeiro bispado de Minas
Dos Paços de Cristo
E da Procissão das Almas perdidas

Culturais fervores
Quebram o dia-a-dia
Em címbalos, festejos e folias

Seja de Reis ou de Palhaço
Da Vida ou de Inverno
Mariana é riso, é doçura, é eterna!