Chuva de seres numéricos
Conta de números humanos
Cadastrados nas prateleiras
Gente em código de barras
Viver é comprar
Respirar para ter
Os números importam
As pessoas se contam
Números são infinitos
Pessoas muitas são
Numerais se escrevem
Humanos se vão
Meu caro amigo
Fumante filósofo
A quantas anda
Entre labores e ócio?
Suas esfumaçantes ideias
Me esclarecem o saber
Seus insights soturnos
Me alegram o viver
Quão simples parecem
Os ardilosos conceitos
Em ruínas se vão
Os firmes preceitos
Ardis concepções
Por terra
Vais derrubar
E a vida altaneira
De ti (um dia...)
Se vai relembrar
Quando a dor irremediável de ser
Com o mantra da solidão afagar-te
Ria!
E bebes com prazer
O veneno que tu mesmo preparaste
Sacia tua vil sede
Com a sina de tua sordidez
Abraça a solidão qual tua ama
Lambuza-te em teus seios descarnados
Embriaga-te de dor!
Quando a tirania da vida te subjugar
Aprende: viva à intensidade
E entreveja nas calosidades de tua alma atormentada
Que nada há de bom...
Sofrer é o bastante
Recôndito do berço mineiro
De fato, primaz de Minas
Lar de Alphonsus e Athaíde
Onde se poema Cantaria
Alforria da alma
Que se se desprende do peito
Vislumbrada em divindade
Da pureza sacrílega entranhada
[ em seu seio
Lar do sublime etéreo
Do primeiro bispado de Minas
Dos Paços de Cristo
E da Procissão das Almas perdidas
Culturais fervores
Quebram o dia-a-dia
Em címbalos, festejos e folias
Seja de Reis ou de Palhaço
Da Vida ou de Inverno
Mariana é riso, é doçura, é eterna!