Só queria ser feliz, cara
Sem aperto no peito
Sem dor de cabeça
Sorriso rasgando
Sorriso na cara
A cara não é cara
A cara é de menos
Com dentes escovados
Sem meias palavras
Sem beijos e abraços
Uma dureza que só
Sem moleza
Ouviu? SEM M.O.L.E.ZA
Não é mole não
Pois quem é mole
Se joga do alto
E abraça o asfalto
Espatifa no chão!
Espatifou?
Bem-feito!
Só não atrapalha o trânsito
Sai do meu caminho
Sai do meu caminhão
De angústias
De raiva
De sina
Lascívia
Contida
Na lábia
Só queria ser feliz, cara
sexta-feira, 24 de novembro de 2017
terça-feira, 7 de novembro de 2017
Ê Jãozinho
Chegou o dia da entrega da redação escolar e a professora ficou muito entusiasmada com as redações de suas fofuras de alunos. Menos com a do Jãozinho.
Jãozinho já apresentava, aos 7, tendências curiosas em seu comportamento e um certo ardor fervoroso por atividades que são recriminadas pela sociedade.
A Dóra, que era uma belezinha de menina, por exemplo, alimentava a sanha pela Medicina. Amava os animais e se não fosse "dotôra" de gente, certamente seria dos bichinhos. E seria, certamente seria.
Já o Ricardinho era o cara da sala, era bom de bola e seu sonho era ser ponta esquerda no Curíntia. E o rapazinho era talentoso mesmo. Driblava um, quebrava outro, colocava a bola na frente e haja pulmão para acompanhar o Ricardinho. Era GOOOOOL na certa.
Também tinha o Fernando. Esse era bom em tudo que era científico. Menino inteligente da Po"""" esse. Era bom de química e física e ficou amigo da rapaziada dando aquela força na prova de matemática. Afinal, não era bonito e ficava envergonhado na frente das garotas. Então resolvia seu lado fraco com essas compensações com os coleguinhas. Gente boa esse Fernando e futuro engenheiro do ITA.
E todos esses, reconhecendo seus respectivos e maravilhosos talentos, fizeram suas redações com base naquilo que acreditavam ter potencial. E o Jãozinho não era diferente, mas suas habilidades não eram, desde cedo, bem aceitas pela sociedade.
Mas o Jãozinho...
- Vem cá, Jãozinho!!!
- Que foi fessora?
- Ah! Jãozinho!
- Que eu fiz? Juro que não fui eu que passou cola na cadeira da Bruna!
- Cê fez isso também Jãozinho, foi?
- Ai...
- Depois a gente conversa disso! O papo agora é outro.
- Que papo, tia?
- Que redação é essa, João?
- Nossa, tia, por que a senhora tá me chamando com esse nome? A senhora nunca me chama assim. A senhora tá brava, tá?
- Não estou brava menino. Estou decepcionada.
- Nossa, fessora, o que eu fiz?
- Que diacho de redação é essa? É esse o seu sonho criatura? É para isso que eu dou um duro danado aqui com vocês?
- Ah é - disse a endiabrada miniatura de gente com o rosto enrubescido.
- Ah é! É só isso que você tem para me dizer, diacho? Que raio de redação é essa??? Como assim? Por que diacho você quer ser ASSALTANTE DE BANCO?
- Então, fessora, é que essa carreira é mais promissora que as outras. Ser jogador de futebol é para poucos e não tenho esse talento todo. Ser médico? Piorou, né? Tem que ser muito inteligente. E engenharia é difícil, sou ruim de conta.
- Nossa menino, que cabeça oca é essa sua? Você não acha que é capaz?
- Talvez eu até seja, fessora. Mas dá muito trabalho. Olha para a senhora...
- Como assim, menino? - Nesse momento a professora ficou perplexa e curiosa, ao mesmo tempo. - Anda logo, desembucha!
-Ah! A senhora sabe como é, né?
- Não sei não, desembucha!
- Ah, fessora eu gosto do trabalho que a senhora faz.
A professora então se sentiu elogiada, mas permaneceu em choque pela primeira opção de seu querido - endiabrado, mas querido - aluno. Afinal, ele tinha preferência por ser assaltante de banco que professor.
- Então, criatura, porque você não quer fazer o que eu faço?
- Ah, fessora, vou estudar muito, terminar todo o ensino básico, o colegial e fazer faculdade para ser professor? Dá muito trabalho e não ganha muito.
- Ah, então o safadinho quer ser assaltante de banco???
- Sim, fessora, porque é mais promissor.
- Como assim, diacho?
- É mais promissor porque exige menos conhecimento e os ganhos são mais rápidos.
- Meu Deus, criatura! - Ah! Professora já não estava mais se aguentando.
- É, fessora, e não quero fazer pelo resto da vida não.
- É, diacho! Até quando você quer fazer isso?
- Ah! Eu quero fazer uma vez só para conseguir um dinheirinho bom para ajudar minha mãe, coitadinha. Trabalha tanto e não tem o menor valor.
- E sua mãe ia gostar disso? De saber que você quer ajudá-la com dinheiro roubado?
- Não, fessora. Por isso vamos fazer um trato.
- Como assim? - Agora a professora ficou ainda mais assustada com a ousadia do moleque. E mais curiosa ainda.
- Sim, fessora. A senhora não conta para ela e eu ajudo a senhora quando eu tiver feito o roubo.
A professora achou aquilo uma baita maluquice e mandou o moleque fazer uma redação "decente".
E no fim tudo acabou bem.
Exceto quando a professora foi presa pela Polícia Federal, 20 anos após esta conversa, porque não soube explicar a procedência de 2 milhões que haviam sido depositados em sua conta.
Ê Jãozinho...
Jãozinho já apresentava, aos 7, tendências curiosas em seu comportamento e um certo ardor fervoroso por atividades que são recriminadas pela sociedade.
A Dóra, que era uma belezinha de menina, por exemplo, alimentava a sanha pela Medicina. Amava os animais e se não fosse "dotôra" de gente, certamente seria dos bichinhos. E seria, certamente seria.
Já o Ricardinho era o cara da sala, era bom de bola e seu sonho era ser ponta esquerda no Curíntia. E o rapazinho era talentoso mesmo. Driblava um, quebrava outro, colocava a bola na frente e haja pulmão para acompanhar o Ricardinho. Era GOOOOOL na certa.
Também tinha o Fernando. Esse era bom em tudo que era científico. Menino inteligente da Po"""" esse. Era bom de química e física e ficou amigo da rapaziada dando aquela força na prova de matemática. Afinal, não era bonito e ficava envergonhado na frente das garotas. Então resolvia seu lado fraco com essas compensações com os coleguinhas. Gente boa esse Fernando e futuro engenheiro do ITA.
E todos esses, reconhecendo seus respectivos e maravilhosos talentos, fizeram suas redações com base naquilo que acreditavam ter potencial. E o Jãozinho não era diferente, mas suas habilidades não eram, desde cedo, bem aceitas pela sociedade.
Mas o Jãozinho...
- Vem cá, Jãozinho!!!
- Que foi fessora?
- Ah! Jãozinho!
- Que eu fiz? Juro que não fui eu que passou cola na cadeira da Bruna!
- Cê fez isso também Jãozinho, foi?
- Ai...
- Depois a gente conversa disso! O papo agora é outro.
- Que papo, tia?
- Que redação é essa, João?
- Nossa, tia, por que a senhora tá me chamando com esse nome? A senhora nunca me chama assim. A senhora tá brava, tá?
- Não estou brava menino. Estou decepcionada.
- Nossa, fessora, o que eu fiz?
- Que diacho de redação é essa? É esse o seu sonho criatura? É para isso que eu dou um duro danado aqui com vocês?
- Ah é - disse a endiabrada miniatura de gente com o rosto enrubescido.
- Ah é! É só isso que você tem para me dizer, diacho? Que raio de redação é essa??? Como assim? Por que diacho você quer ser ASSALTANTE DE BANCO?
- Então, fessora, é que essa carreira é mais promissora que as outras. Ser jogador de futebol é para poucos e não tenho esse talento todo. Ser médico? Piorou, né? Tem que ser muito inteligente. E engenharia é difícil, sou ruim de conta.
- Nossa menino, que cabeça oca é essa sua? Você não acha que é capaz?
- Talvez eu até seja, fessora. Mas dá muito trabalho. Olha para a senhora...
- Como assim, menino? - Nesse momento a professora ficou perplexa e curiosa, ao mesmo tempo. - Anda logo, desembucha!
-Ah! A senhora sabe como é, né?
- Não sei não, desembucha!
- Ah, fessora eu gosto do trabalho que a senhora faz.
A professora então se sentiu elogiada, mas permaneceu em choque pela primeira opção de seu querido - endiabrado, mas querido - aluno. Afinal, ele tinha preferência por ser assaltante de banco que professor.
- Então, criatura, porque você não quer fazer o que eu faço?
- Ah, fessora, vou estudar muito, terminar todo o ensino básico, o colegial e fazer faculdade para ser professor? Dá muito trabalho e não ganha muito.
- Ah, então o safadinho quer ser assaltante de banco???
- Sim, fessora, porque é mais promissor.
- Como assim, diacho?
- É mais promissor porque exige menos conhecimento e os ganhos são mais rápidos.
- Meu Deus, criatura! - Ah! Professora já não estava mais se aguentando.
- É, fessora, e não quero fazer pelo resto da vida não.
- É, diacho! Até quando você quer fazer isso?
- Ah! Eu quero fazer uma vez só para conseguir um dinheirinho bom para ajudar minha mãe, coitadinha. Trabalha tanto e não tem o menor valor.
- E sua mãe ia gostar disso? De saber que você quer ajudá-la com dinheiro roubado?
- Não, fessora. Por isso vamos fazer um trato.
- Como assim? - Agora a professora ficou ainda mais assustada com a ousadia do moleque. E mais curiosa ainda.
- Sim, fessora. A senhora não conta para ela e eu ajudo a senhora quando eu tiver feito o roubo.
A professora achou aquilo uma baita maluquice e mandou o moleque fazer uma redação "decente".
E no fim tudo acabou bem.
Exceto quando a professora foi presa pela Polícia Federal, 20 anos após esta conversa, porque não soube explicar a procedência de 2 milhões que haviam sido depositados em sua conta.
Ê Jãozinho...
segunda-feira, 6 de novembro de 2017
Tinder
Sou gato, loiro, intelectual, sou médico, pareço o Brad Pitt (na época do Clube da Luta) - R$ 300 mil.
Sou alto, loiro, magro, musculoso, tanquinho, engenheiro, ganho bem, Camaro e casa em área nobre da cidade - R$ 200 mil.
Tenho altura média, analista de marketing em multinacional, bom de papo, inteligente, bonito, intercâmbio e fiz MBA na FGV. - R$ 100 mil.
Tenho altura média, olhos verdes, pele bem clara, professor de faculdade com doutorado. R$ 50 mil.
Tenho altura média, intelectual, manjo de Rock´n Roll dos anos 70. Analista de TI em uma Startup que é o futuro Unicórnio. Inglês fluente - R$ 25 mil.
Curso técnico em eletrônica, inglês avançado. Olhos cor de mel. Pele de ébano - R$ 12,5 mil.
Professor. História. Concursado na Rede Pública Municipal. Bonitinho, 40. Nem gordo nem magro - 6 mil.
Sou vendedor. Ensino médio completo. Gordinho, 35 anos - 3 mil.
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