quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Fruição

 

À revelia do destino

Surge uma coceirinha visceral no ventre

Uma sementinha magistral

 

Que se conecta com outra célula

De igual importância

Ambas se casam e se multiplicam

Quase que infinitamente

 

Muitas mitoses

Ou seriam meioses?

 

Não sei

 

Mas a força é visceral

Sem causa explicativa

Que não seja o Motor Primeiro

Elas, celulares se multiplicam

 

Criam tecidos

Que, mesmo embrutecidos, proclamam: vida!

 

Os tecidos tomam forma

Identidades

Características

Proteínas

Vitaminas

Organelas

Citoplasmáticas

 

Essas coisinhas maravilhosas se juntam e proclamam: vida!

 

A vida que tudo tece

Aos tecidos que unidos, tecem: um órgão.

 

Os órgãos começam a surgir

A se organizar e o centro de consciência parece a tudo controlar

 

O coração bate

O sangue circula

O pulmão respira

 

É tudo uma ululante alegria

 

É muito quentinho, aquoso e tão organizado

 

Um microuniverso feito à revelia do acaso

 

Se por acaso, ou não: não se sabe ao certo

 

O que se sabe é que

Uma sementinha

Dá seus frutos

E quando esses nascem

São recebidos

Com profunda ternura

E com muito afeto


pequena planta na mão de uma pessoa


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