sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Perversão Diária

Sabe aquela transa?

Então... Ela nunca acabou. Nunca, nunca, nunca. Nunquinha mesmo.

Você ainda treme de prazer. Sente aqueles detalhes em suas mãos. Coisa de pele. De ouvido. De sangue. De fluídos. Gostoso. Tremido, mexido e pernoitado. No jantar e no café da manhã. Quando dá sorte, no almoço. Quem sabe de novo no jantar?

Ah! Delicia.

Mas não é só aquela transa.

São aquelas transas. Todas, todinhas. Uma por uma. Te incomodam. Te incitam.

Na distração do elevador. Quando estuda, quando fica sonolento (ou sonolenta!) na frente da TV. Fica sentado lembrando daquele corpo. Sim, daquele corpo que ficou bem disponibilizado em cima. De onde, não sei.

Um prazer laboral inesquecível. Nunca o ato de realizar trabalho foi tão interessante.

Lembram-se dos detalhes, dos dedos. Da boca, da ...

Melhor evitar esse palavreado, não é?

Mas aquelas transas...

Tão boas, tão passageiras, tão permanentes. Um vício.

Quanto mais se tem, mais se quer. Uma verdadeira perturbação. Um incômodo.

Mas vale a pena quando se encontra alguém tão incomodado quanto, não?

Aí os incômodos são preenchidos com perturbações instantâneas bem localizadas. Mas logo se vão embora com a vontade morta.

No dia seguinte vem a lembrança e se não há alguém disponível, não há como apagar o incômodo.

Bem... há como. Mas dizem que esses métodos pessoais não são interessantes. Apenas um delírio rapidinho para apagar o fogo.

Aja fogo!

E você se lembra, não é?

A quanto tempo foi sua última vez?

Ontem, hoje? Ano passado?

Exagerei, não é? Deveria ter ido mais devagar?

Está bom para você?

Está gostando?

Sim, já está imaginando, eu sei.

Seu gosto pelo sexo é do tamanho da sua mente. Infinito. O seu corpo é apenas o local aonde os pontos são acessados. Mas o computador está dentro de você. E não fora. Fora estão outras coisas.

Ui!

Não agora.

Dá para esperar mais um pouquinho.

Tem certeza?

Bem... continuemos.

As certezas das necessidades humanas te levam a distrações. Sempre acabam em sexo.

Freud só pensava nisso, estudava isso, vivia para isso. Apenas não fazia muito, dizem.

Dizem que quem fala demais faz pouco. Por isso que esse artigo não é uma teoria sobre o sexo. Mas apenas uma distração para atiçar sua curiosidade.

Sim, pura banalidade. Safadeza plena. Daquelas bem vagarosas. Que escorrem pela nuca e terminam em...

Deixa para lá, você já entendeu.

Não tem vergonha?

Aliás, se você chegou até aqui, não tem vergonha alguma.

Não tem vergonha de não ter vergonha? Coisa feia!

Feio nada. Feio é não se divertir. Ficar na mão...

Sem duplicidades, ok?

A vida é cheia de inusitados.

As vezes você está em uma festa - sim você já começou a se lembrar - e conversa despretensiosamente com os amigos. Começa com uma cerveja, depois vai para algo mais forte. Depois toma algo que te dissolve. Te deixa mole, mole.

Por fim, tem alguém em cima (ou embaixo) de você.

Coisas da vida, não?

Os seres humanos se organizam para várias coisas. Sexo não é exceção. Não que tudo implique em orgias. Não que não possa implicar. Bem... melhor deixar para lá.

A vida é cheia de brincadeiras, as vezes ela chama para brincar... "Vem cá, meu amor", ela diz.

Ela não tem tempo. Você tem. São coisas do dia e da noite - melhores se forem quentes, não?

A hora passa. Não, não passa.

E você fica se lembrando ao se deitar. Pensa no que aconteceu naquela outra noite. Todo dia é assim. Ao se deitar, se ri e se diverte de novo. Um ciclo infinito - do tamanho do seu universo. Pois suas necessidades não se findam. E você gosta.

E você se lembra.

Sempre vai se lembrar.



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